Page 90 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE
Correlação entre Fatores Socioeconômicos, Locus de Controle Parental e índice
Ceo-d em Crianças de 5 Anos
Autores: MARCELO FERNANDES PEREIRA JUNIOR; Isabela Moreira dos Santos; Fernanda de Almeida Muranaka; Eduarda Gimenes
Corrêa; Vinicius Humberto Nunes. Instituição: UNIFSP
Palavras-chave: Locus de controle parental; ceo-d; saúde coletiva
A cárie é uma doença que pode ser considerada como um problema de saúde pública uma vez que apresenta prevalência
elevada em crianças. A dor inerente à doença quando ativa, interfere no ato da alimentação e pode levar a um crescimento
mais lento, distúrbios no sono e ainda a prejuízo escolar. Este estudo de delineamento transversal foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP e objetivou investigar o papel de fatores socioeconômicos
e do Lócus de Controle parental na prevalência de cárie em pré-escolares, moradores da cidade de Avaré-SP. Avaliou-se o
índice ceo-d de 426 crianças de 5 anos de idade, os pais informaram sobre as características sociodemográficas, através da
metodologia que classifica os sujeitos em estratos socioeconômicos e responderam ao questionários de Lócus de Controle
Parental, através da Escala Multidimensional do Lócus de Controle da Saúde adaptada. Para a análise dos dados aplicou-
se um modelo de regressão logística binária, tendo como variável desfecho ceo-d > 5 e como variáveis explicativas o nível
socioeconômico e Lócus de Controle. Os resultados demostraram que 52,35% dos pré-escolares apresentaram cárie, com
maior severidade nos estratos socioeconômicos mais baixos, classes E-F. Nível socioeconômico mais alto e baixa externalidade
mostraram-se como fatores de proteção. Conclui-se que A percepção parental de controle sobre a saúde do filho favoreceu
cuidados preventivos e, consequentemente, o nível de cárie da criança. Conclui-se ainda que a baixa internalidade parental
despontou como fator de risco para cárie nos dentes decíduos, porque os pais delegam a ação a outros, retardando os cuidados.
Crenças dos Profissionais da Atenção Primária à Saúde Acerca da Relação
Religiosidade/espiritualidade e Saúde
Autores: LUCIANA ELISABETE SAVARIS; Anna Savian; Beatriz Boger; Andressa Jasen; Milene Zanoni da Silva. Instituição: Universidade
Federal do Paraná
Palavras-chave: Saúde; Religiosidade; Espiritualidade
Introdução: Revisões sistemáticas com Metanálise têm evidenciado as inter-relações positivas e negativas da religiosidade/
espiritualidade (R/E) sobre a saúde física e mental das pessoas. As crenças e valores de profissionais da saúde acerca do
impacto da R/E e saúde podem interferir na forma como acolhem, compreendem e estabelecem estratégias de cuidado em
saúde. Objetivo: Investigar as crenças dos profissionais de saúde que atuam na Atenção primária a Saúde acerca da relação R/E
e Saúde, identificando o potencial de integração desta dimensão no cuidado em saúde no Sistema Único de Saúde. Método:
Estudo transversal realizado em Unidades Saúde da Família, por meio de entrevistas semi-estruturadas utilizando o instrumento
sobre “Espiritualidade e Saúde: Crenças, Atitudes, Experiências e Expertise entre profissionais da Saúde” com 240 profissionais
das equipes multiprofissionais de um Distrito Sanitário de Saúde de Curitiba-PR. Resultado: 37,5 % dos profissionais consideram-
se espiritualizados mas não religiosos, 32,9% espiritualizados e religiosos, 23,3% religiosos e 6,3% nem espiritualizados, nem
religiosos, 69,6% dos profissionais realizam atividades religiosas individuais mais de uma vez ao dia. Quanto ao coping religioso
positivo, ou seja, o uso da R/E para o enfrentamento de situações, 95,8% afirmam utilizar a R/E para lidar com momento de
sofrimento ou situações difíceis na sua vida. Quanto a percepção da relação saúde e R/E, 92,5% acreditam que problemas de
saúde fazem com que as pessoas se voltem para religião. Os entrevistados concordam que as práticas religiosas interferem
no tratamento de saúde, sendo que 80,4% afirmam que essa interferência pode ser negativa e 95,5% positiva. A maioria dos
profissionais (96,7%) afirma ser importante compreender a relação entre R/E e saúde e 75,8% acredita que os pacientes
gostariam de trazer as questões de sua R/E para o tratamento, porém apenas 40,1% abordam o tema no cuidado ao usuário. A
maior parte dos profissionais afirma necessitar de qualificação para integrar esta dimensão no tratamento (81,3%). Conclusão:
Os profissionais de saúde apresentam crenças R/E e percebem a relação com questões de saúde. Ainda assim, não se sentem
confortáveis em abordar esse tema nos atendimentos e demandam qualificação para integrar essa dimensão ao cuidado.
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