Page 29 - ANAIS 6ª MOSTRA PARANAENSE DE PESQUISAS E DE RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
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EIXO: EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM SAÚDE
PROJETO ECHO: UMA PROPOSTA PARA AUXILIAR A CONSTRUÇÃO DE UMA REDE DE
CUIDADOS PALIATIVOS.
Autores: LUÍS FERNANDO RODRIGUES | Landina Silene Pacheco, Maria Salete de Angelis, Sarita Nasbine Frasseto, Michelle Uchida
Miwa, Graziely de Lima Souza. Instituição: Hospital de Amor de Barretos - SP
Palavras-chave: Cuidados paliativos. Atenção primária. Educação em saúde.
Em 2004 a resolução 67.19 foi aprovada na 67ª. assembleia mundial de saúde, recomendando aos estados membro inserir os
cuidados paliativos (CP) no sistema público de saúde com foco na Atenção Primária (AP) e no Atendimento Domiciliar. Desde
então, estados brasileiros publicaram leis sobre CP. Entre as dificuldades para a inserção de uma política pública de CP no
Brasil estão a falta de conhecimento e treinamento de profissionais da AP. Em 2004, Dr Sanjeev Arora da Universidade do Novo
México (EUA) idealizou um método de treinamento à distância e capacitou profissionais de 21 clínicas de AP para tratamento
de hepatite C. Os pacientes tratados na AP pelas equipes treinadas atingiram níveis de controle da doença semelhantes aos
tratados na Universidade. Baseado nessa experiência, o objetivo deste estudo foi treinar equipes de AP de um Departamento
Regional de Saúde em temas de CP e comparar os resultados de equipes treinadas e não treinadas. A partir de janeiro de 2018
foram realizadas 36 sessões quinzenais com 2 horas de duração: a 1ª. hora com discussão de caso preparado pela equipe do
município; a 2ª. hora com uma exposição didática com um tema de CP. O centro de treinamento foi a unidade de CP de um
hospital de câncer presente no DRS e a coordenação foi feita pela equipe do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) dessa
unidade. Os resultados medidos foram os indicadores do SAD. Em 2018 houve mais internações na unidade de CP quando
comparado a 2017, havendo uma redução no número de pacientes vindos do ambulatório e do SAD. Considerando todos os
municípios, houve uma redução no número total de óbitos na origem/domicílio no DRS. Porém, nos municípios treinados houve
aumento estatisticamente significante (28% em 2017 vs 37% em 2018, p=0,013) e uma redução nos municípios não treinados (73%
em 2017 vs 63% em 2018, p=0,013). Pacientes cuidados pelas equipes treinadas na metodologia ECHO têm 42,3% de chance a
mais de falecer em casa ou no município de origem. Conclui-se que o método empregado foi eficaz em treinar as equipes dos
municípios e obter óbitos na origem e no domicílio com maior frequência.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: O IMPACTO NO PSICOLÓGICO DE ESTUDANTES DE
MEDICINA EM CURITIBA DEVIDO AO ISOLAMENTO SOCIAL POR COVID-19
Autores: PAULA PONTES REIS | Danielle Wall, Professor Dr. Márcio José de Almeida. Instituição: Faculdades Pequeno Príncipe
Palavras-chave: Isolamento social. Estudantes de medicina.
Mediante a pandemia de COVID-19, faz-se necessária a contenção da transmissão a fim de evitar a sobrecarga do sistema de
saúde. Sem soluções farmacêuticas para a prevenção e cura, o isolamento social se mostrou a medida eficaz no momento.
Contudo, segundo o Guia de Cuidado da Saúde Mental na Pandemia da COVID-19, o isolamento impacta inúmeros âmbitos da
vida pessoal, sendo singular o processo para cada indivíduo: a adequação à nova rotina pode ser rápida ou envolver mal-estar
físico e psicológico. Esse fato comprova a relação entre o processo de saúde-doença e o isolamento social, afirmado por alguns
autores, que apontam o distanciamento como fator de risco de vida, analogamente aos riscos ofertados pelo estilo de vida do
indivíduo (tabagismo, obesidade, sedentarismo). Diante disso, transcorridos os primeiros 30 dias da suspensão das atividades
acadêmicas presenciais e, com a quarentena indicada pelas autoridades sanitárias, como estudantes do curso de Medicina
preocupadas com o estado de saúde mental de nossos colegas de classe, resolvemos fazer um levantamento para identificar
a existência de sofrimento mental na turma. Para isso, aplicamos o SRQ-20 (Self-Reporting Questionnaire), versão brasileira de
um instrumento de rastreamento de transtornos mentais não-psicóticos, desenvolvido pela OMS, com 20 questões e validado
na década de 1980. Essa ideia ocorreu no início do mês de abril e no momento da submissão deste relato de experiência,
ainda estamos na fase de coleta das respostas. Os resultados finais serão avaliados e compilados antes da data do Congresso.
Alguns estudos afirmam que, entre estudantes de Medicina, a incidência de sintomas de ansiedade e depressão é elevada,
e que isso pode ser agravado com o isolamento. Pretendemos oferecer feedback à turma, anunciando que a ocorrência de
sentimentos depreciativos não é incomum, mas que pode ser superada quando existe uma rede de apoio, a quebra do estigma
quanto à busca de ajuda psicológica e de tratamentos e a aceitação da situação. Avaliamos tal temática como importante
em virtude de apenas 8-15% dos discentes do curso buscarem ajuda durante o período acadêmico. Isso pode significar uma
autonegligência que influencia no aprendizado, autoestima e insegurança quanto a capacitação profissional (2º eixo temático).
O diagnóstico definitivo, entretanto, pode ser fornecido apenas por profissionais, recomenda-se a busca destes pelos que
obtiveram resultados positivos (presença de sofrimento mental).
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