Page 36 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
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                     atualização do painel a cada dois dias. A meta de permanência foi definida baseada na Tabela
                     SUS  (SIGTAP  –  Procedimentos  SUS)  e  validada  em  um  Comitê  Técnico  institucional.  O
                     objetivo da sinalização visual foi promover a discussão em rounds multiprofissionais sobre
                     quais os motivos da permanência do paciente além da meta de dias de hospitalização. Nas
                     reuniões  a  equipe  desenvolvia  estratégias  para  a  desospitalização  segura,  no  momento
                     clínico  adequado,  incentivando  a  transição  do  cuidado  para  o  domicílio  com  o
                     acompanhamento  do  Serviço  de  Atendimento  Domiciliar  (Programa  Melhor  em  Casa),
                     resolução de barreiras para a alta devido a falta de acesso a insumos e equipamentos para
                     a  alta,  como  por  exemplo  concentrador  de  oxigênio.  Como  resultado,  observou-se  a
                     otimização  do  uso  dos  leitos  de  enfermaria,  priorizando  o  atendimento  a  pacientes  com
                     necessidade de maior suporte, encaminhamento os demais pacientes para outros pontos da
                     rede de atenção à saúde para a continuidade do cuidado e média de permanência em leitos
                     de enfermaria de 6,1 dias. A experiência da implantação do método kanban para sinalização
                     visual  do  tempo  de  internamento  demonstrou-se  como  uma ferramenta  simples,  de  baixo
                     custo  e  com  potencial  para  replicação  de  outras  unidades  hospitalares  voltadas  para  o
                     atendimento da COVID-19 ou no contexto pós-pandemia.


                     O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DE ENFERMEIROS HORIZONTAIS EM UM HOSPITAL
                     CAMPANHA PARA COVID-19 NO MUNICÍPIO DE CURITIBA/PR

                     Autores:  AMANDA  HERSEN  FERREIRA  |  BRUNO  HENRIQUE  DE  MELLO,  ANDREA
                     MOREIRA  ARRUÉ,  KELI  LOPES  DE  ALMEIDA  DE  OLIVEIRA,  RUBEANA  CESAR
                     OLIVEIRA, TATIANE CORREA FILIPAK. Instituição: Fundação Estatal de Atenção à Saúde
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                     Palavras-chave: Infecções por Coronavírus; Supervisão hospitalar; Equipe de Enfermagem;
                     A pandemia do novo coronavírus resultou na necessidade de rápida ampliação da capacidade
                     de  assistência  à  saúde  do  Sistema  Único  de  Saúde  (SUS)  no  âmbito  hospitalar,
                     especialmente leitos de terapia intensiva para atendimento de casos moderados e graves de
                     COVID-19. Diante deste cenário, hospitais de campanha precisaram ser abertos rapidamente
                     com  necessidade  de  adaptações  estruturais,  do  processo  assistencial  e  escassez  de
                     profissionais  de  saúde  qualificados.  Em  um  hospital  de  campanha  para  atendimentos  da
                     COVID-19  pelo  SUS  no  município  de  Curitiba/Paraná,  identificou  a  necessidade  de  um
                     profissional  enfermeiro  com  expertise  teórica  e  prática  para  atuar  no  apoio  assistencial,
                     garantindo a horizontalidade do cuidado, identificando falhas nos processos assistenciais por
                     meio  de  auditorias  beira-leito  e  garantindo  rápida  resposta  em  apoio  a  coordenação  de
                     enfermagem. Fundamentado nesta proposta, houve a implantação do enfermeiro hospitalista,
                     com  carga  horária  linear,  sendo  um  profissional  para  os  leitos  de  enfermaria  e  dois  para
                     terapia intensiva, abrangendo todas as equipes de enfermagem. Os enfermeiros hospitalistas
                     realizaram auditorias diárias em todos os pacientes com uso de um aplicativo personalizado
                     pela Gerência Assistencial, com checklist baseado nos processos assistenciais da instituição.
                     Ao  identificar  as  não  conformidades  o  hospitalista  orientava  o  profissional  técnico  de
                     enfermagem  e  enfermeiro  e  as  correções  eram  realizadas.  A  experiência  demonstrou-se
                     exitosa, com melhora da qualidade assistencial, suporte técnico para os profissionais com
                     pouca  experiência  em  terapia  intensiva,  organização  das  unidades,  implantação  dos
                     processos e planos de cuidados, redução da taxa de IRAS, melhora na segurança do paciente
                     com  diminuição  de  eventos  adversos  e  sentinela.  O  modelo  de  gestão  apenas  com
                     coordenação de enfermagem e gerência assistencial não se demonstrou efetivo no contexto
                     deste hospital de campanha, pois a rápida implantação de leitos, alta rotatividade e déficit de
                     profissionais de enfermagem qualificados demandava de uma atuação próxima e de uma
                     liderança técnica em cada unidade assistencial. A experiência da implentação da função do
                     enfermeiro hospitalista vivenciada neste serviço pode ser replicada em outras instituições,
                     como ferramenta de gestão para acelerar o processo de qualificação da assistência e de
                     suporte técnico às equipes de enfermagem.

                     AÇÕES  REALIZADAS  POR  UM  CONSÓRCIO  PÚBLICO INTERMUNICIPAL  DE SAÚDE
                     AO ENFRENTAMENTO DA COVID- 19
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