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EIXO 6   Vigilância em Saúde
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                CONTROLE DA ESPOROTRICOSE FELINA POR MEIO DE UMA ABORDAGEM DE SAÚDE ÚNICA:
                 CONTRIBUIÇÕES PARA CRIAÇÃO DE POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE EM UM MUNICÍPIO DO
                       LADO BRASILEIRO DA TRÍPLICE-FRONTEIRA (BRASIL, PARAGUAI, ARGENTINA)
                   Autores: CAROLINA MELCHIOR DO PRADO | Geiciely Cavanha Tomim, Roberth Steven Gutiérrez Murillo, Mario de
                   Jesús Salas Reyes, Cláudia Batista Santos, Walfrido Kühl Svoboda. Instituição:  Universidade Federal do Paraná
                PALAVRAS-CHAVE: Doença Negligenciada; Epidemiologia; One Health
                Introdução: A esporotricose é uma micose subcutânea negligenciada causada por fungos do gênero Sporothrix e que afeta
                humanos, felinos e caninos domésticos. A transmissão pode ocorrer pelas vias sapronótica, enzoótica e zoonótica. Os felinos são
                os principais transmissores da doença e suas fezes e corpos (enterrados quando vão a óbito) podem contaminar o solo e servir
                como fonte de contaminação para animais e humanos. Objetivo: Relatar as contribuições de uma pesquisa sobre esporotricose
                felina no município de Foz do Iguaçu-PR pertencente a Tríplice-Fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina) para a criação de uma
                política pública de saúde para o controle da doença na região sob uma ótica de Saúde Única. Método: De julho/21 a abril/22,
                amostras biológicas e dados clínico-epidemiológicos foram coletados de 65 gatos com lesões típicas de esporotricose e residentes
                de Foz do Iguaçu. A partir das amostras, realizaram-se exames citopatológicos e isolamento em cultivo para diagnóstico da
                doença. Cada ponto de coleta de amostras foi georreferenciado com o software Google Earth® e o software QGIS foi utilizado
                para criação dos mapas. Resultados: Das 65 amostras coletadas, 54 foram consideradas positivas e oito tutores apresentaram
                lesões sugestivas de esporotricose após contato com felinos doentes. Com os dados obtidos, as seguintes problemáticas têm
                sido  identificadas:  (1)  doença  se  espalhando  de  bairros  densamente  povoados  da  região  Sul  da  cidade  para  outros  bairros
                da região Norte; (2) felinos infectados têm fácil acesso à rua e a outras residências; (3) animais positivos têm livre circulação
                por quintais e terrenos baldios onde podem defecar e até mesmo vir a óbito; (4) felino macho não castrado, não vacinado e
                com pouco ou nenhum acesso a serviços veterinários é o perfil mais associado a animais positivos. Conclusão: O controle
                de uma zoonose como a esporotricose, que apresenta contextos complexos na sua relação com a saúde humana, animal e
                ambiental, não apresenta solução simples. Com o diagnóstico situacional provido pelo referido projeto é possível compreender
                os mecanismos econômicos, sociais, culturais e ambientais que influenciam na emergência da doença em Foz do Iguaçu e região
                e contribuir para o desenvolvimento de uma Política Pública de Saúde para a Prevenção e o Controle da esporotricose de forma
                efetiva em Foz do Iguaçu e região da Tríplice-Fronteira.







                 TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO: REPERCUSSÃO NA FORMA DE ENCERRAMENTO
                                   DOS CASOS DE TUBERCULOSE EM BELO HORIZONTE

                   Autores: BÁRBARA INGRID DE SOUZA  SILVA | Vanessa de Moura Macário,  Karina Pereira  de Araújo, Aline
                   Figueiredo Camargo, Giselle Lima de Freitas. Instituição:  Universidade Federal de Minas Gerais

                PALAVRAS-CHAVE: Continuidade da Assistência ao Paciente; Tuberculose; Notificação de doenças.
                Introdução: A tuberculose se caracteriza como problema de saúde pública e o Brasil ocupa a trigésima posição entre os países
                de maior carga mundial da doença. Em 2019, ocorreram aproximadamente 10 milhões de novos casos de tuberculose no mundo
                e, em 2020, 1,5 milhão de pessoas morreram em decorrência da doença. Devido a essa problemática, estipulou-se a redução
                da incidência e mortalidade por essa enfermidade como um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para 2030. Nesse
                cenário, o Tratamento Diretamente Observado (TDO) constitui-se de estratégia importante por permitir a observação da tomada
                de medicamentos pelo paciente, pelos profissionais de saúde, oportunizando o desfecho adequado do tratamento contra a
                doença. Objetivos: Identificar casos notificados de tuberculose que realizaram o TDO e sua principal forma de encerramento.
                Método: Trata-se de um estudo epidemiológico dos casos de tuberculose notificados no Sistema de Informação de Agravos de
                Notificação de Belo Horizonte/MG, de 2001 a 2020. A população foi composta de casos notificados e que realizaram o tratamento
                observado. Os dados foram tabulados no programa Excel e analisados de forma descritiva por meio de frequências absolutas e
                relativas. Resultados e discussão: De 25.638 notificações, 6.103 (23,80%) foram indicadas a fazer o TDO e 5.841 (22,78%) pessoas
                realizaram. A amostra foi majoritariamente masculina 4.002 (68,51%), faixa etária de 31 a 49 anos 2.461 (42,13%), autodeclarada
                parda 2.305 (39,46%), com 9 a 12 anos de estudo 882 (15,10%) pessoas. A forma de entrada mais prevalente foi de casos novos
                4.493 (76,92%). O agravo associado mais frequente foi o alcoolismo, com 1.605 ( 27,47%) casos. Identificou-se que a população que
                realizou o TDO teve a cura como principal forma de encerramento, 3.540 (60,60%), seguida por abandono, com 1.003 (17,17%).
                Conclusão: Ainda que o TDO tenha sido realizado por menos da metade dos usuários com tuberculose, a principal forma de
                encerramento observada entre eles foi a cura. Destaca-se, portanto, a necessidade de priorizar o tratamento observado e investir
                em políticas públicas para o alcance das metas e dos compromissos por um Brasil livre da Tuberculose.




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