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EIXO 6   Vigilância em Saúde
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                           COVID-19 E CAMINHONEIROS NO BRASIL: O IMPACTO DA PANDEMIA
                   Autores: ISABELA  CRISTINA  SANTOS  FREIRE DE PAULA  |  Gabriela Caetano Lopes  Martins, Francisco Boçon
                   Junior, Bárbara Vieira Sardi, Rafael Gomes Ditterich, William Augusto Gomes de Oliveira Bellani. Instituição:
                   Universidade Federal do Paraná
                PALAVRAS-CHAVE: Educação em saúde; Fatores de risco; Infecções por coronavírus; Pandemias; Saúde do trabalhador
                Caminhoneiros possuem pouco acesso aos serviços públicos de saúde durante seu período de viagem, apresentando uma
                rotina exaustiva, longas jornadas de trabalho com restrição de sono, má alimentação, alto nível de estresse pelos riscos
                laborais, além de poderem apresentar comorbidades que os tornam grupo de risco para a Covid-19. Considerando a
                vulnerabilidade desses trabalhadores, o objetivo do estudo foi descrever o perfil e identificar os fatores de risco para Covid-19
                apresentados pelos participantes da pesquisa. Trata-se de um estudo prospectivo, observacional e transversal baseado na
                aplicação de questionário a caminhoneiros na ação “Saúde na Estrada” no estado do Paraná em junho de 2020. Foram
                incluídos 840 motoristas, sendo 29% (46) paranaenses. Homens representaram 99% (832) dos participantes e 23% (193) eram
                fumantes. Na entrevista, 28% (235) tinham comorbidades e 2,7% (23) tosse, 2,6% (22) coriza, 1% (8) febre e 0,6% (5) falta de
                ar. Houve associação positiva entre ter comorbidade e apresentar sintomas durante a entrevista. Quanto às horas de sono, a
                média foi de 10 horas por noite. Entre os entrevistados, 96% (804) entendiam sobre a necessidade da higienização das mãos
                e uso de máscara; 83% (696) se sentiam bem-informados e 17% (144) se consideravam desinformados ou não souberam
                opinar. Uma das questões solicitava que os participantes descrevessem a pandemia em uma palavra e as palavras citadas
                foram organizadas e divididas em eixos. Assim, 46,6% associaram a pandemia com sentimento de tristeza e medo, 19,3%
                definiram com palavras referentes a prevenção e cuidados com a Covid-19, 10,4% associaram a questões políticas, 6,5%
                associaram a fé e esperança. Apesar da taxa de comorbidade não estar acima da população em geral, a associação de doenças
                preexistentes com a falta de qualidade de sono, estresse e longas jornadas de trabalho torna esse grupo mais vulnerável à
                doença. A maior parte dos caminhoneiros entrevistados disseram ter sentimento de tristeza e medo relacionados à pandemia
                e citaram palavras de prevenção e cuidados com a Covid-19, o que demonstra a necessidade de ações orientativas quanto à
                doença, formas de prevenção e cuidados indispensáveis nesse período. No contexto da Covid-19, os caminhoneiros são uma
                população que precisa ser analisada separadamente devido às suas condições de trabalho e acesso limitado aos serviços de
                saúde, o que pode colocar esses profissionais em risco para infecção, transmissão e pior prognóstico.







                               PERFIL DA MORTALIDADE MATERNA NO ESTADO DO PARANÁ

                   Autores: ANDREI PCHENCENZNI | Karine Gemi Dias, Clenise Liliane Schmidt. Instituição:  Instituto Federal do
                   Paraná - IFPR - Campus Palmas

                PALAVRAS-CHAVE: Saúde da mulher; Epidemiologia; Mortalidade materna
                Introdução: A redução da mortalidade materna é um dos principais desafios de saúde mundial, tendo em vista que grande
                parte dos óbitos ocorrem por causas evitáveis. No Brasil, a mortalidade materna é um grave problema de saúde pública,
                atingindo, especialmente, mulheres em condições de maior vulnerabilidade social e de saúde. Objetivo: Caracterizar o perfil
                da mortalidade materna no estado do Paraná no período de 2016 a 2020. Metodologia: Estudo descritivo, quantitativo,
                realizado a partir dos dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), acerca das mortes
                maternas no Paraná entre 2016 e 2020. Os dados foram tabulados no Software Excel 2016, sendo aplicado cálculos de
                estatística descritiva.  Por  analisar  dados  secundários  de  livre  acesso,  não  foi  necessária  aprovação  de  comitê  de  ética.
                Resultados e Discussão: Durante o período foram notificadas 328 mortes maternas. A razão de mortalidade materna variou
                de 31,70 (2017) a 52,63 (2020), tendo uma tendência crescente ao longo dos anos. Quanto a faixa etária, 41,77% ocorreram
                em mulheres entre 30-39 anos e 40,24% entre mulheres com 20-29 anos, sendo predominantemente de pele branca (64,6%).
                Referente ao estado civil, 41,2% eram solteiras e 35,7% casadas. Observou-se que 54,9% das mulheres possuíam de 8 a 11
                anos de estudos e 20,4% menos que 7 anos. Acerca do local, 91,2% dos óbitos ocorreram em hospitais. Quanto as causas,
                60,7% foram diretas, 31,7% indiretas e 7,6% inespecíficas. Conclusão: Com base nos dados do estudo, o estado do Paraná
                apresenta taxas crescentes de mortalidade materna, acometendo principalmente mulheres solteiras, entre 20 e 39 anos, de
                pele branca, principalmente em ambientes hospitalares e por causas diretas. Destaca-se que conhecer o perfil da mortalidade
                materna auxilia a qualificação da prática assistencial. Além disso, é fundamental o desenvolvimento de políticas públicas que
                contribuam para a redução das taxas de mortalidade materna e melhoras no acesso e qualidade dos serviços.




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