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EIXO 6 Vigilância em Saúde
TRABALHOS DE PESQUISA EM SAÚDE
INCIDÊNCIA DA DENGUE NO BRASIL: UMA ANÁLISE DE TENDÊNCIA TEMPORAL
Autores: LAIZ MANGINI CICCHELERO | Gustavo Cezar Wagner Leandro, Erica Alves Ferreira Gordillo, Merielly
Kunkel. Instituição: Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste campus Foz do Iguaçu
PALAVRAS-CHAVE: Dengue; Incidência; Vigilância em Saúde Pública; Estudos de Séries Temporais
Introdução: A dengue permanece como um desafio para saúde pública, disposta por todo território nacional, intercalando-
se entre a forma contínua e a ocorrência cíclica de epidemias. Ainda que existam discrepâncias regionais, está associada ao
processo de urbanização, deslocamentos populacionais, infraestrutura habitacional, serviços de saneamento e clima tropical,
resultando em ambientes favoráveis à proliferação do vetor Ae. Aegypti, e com isso, a transmissão e dispersão dos 4 sorotipos
do vírus. Objetivo: Analisar a tendência temporal da incidência da dengue no Brasil e Unidades da Federação (UFs) entre 2012
a 2021. Método: Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Utilizou-se a regressão Prais-Winsten para análise da tendência da incidência por 100 mil
habitantes através da variação percentual anual (VPA) e intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados/Discussão: No
período registrou-se 7.463.940 de casos de dengue, tendo em 2015 a maior (678,98/100 mil hab.) e em 2017 a menor incidência
(80,74/100 mil hab.), apresentando tendência estacionária (VPA: -1,65; IC95%: -8,64/5,86). Os estados de Goiás (1.034,50), Acre
(925,15) e Mato Grosso do Sul (820,98) apresentaram as maiores incidências anuais médias/100 mil hab., e Maranhão (59,87),
Santa Catarina (57,25) e Rio Grande do Sul (17,14) às mais baixas. Em contrapartida, o Paraná possui a maior incidência da
região Sul (431,95) com tendência estacionária (VPA: 4,52; IC95%: -15,26/28,94) no estudo. Nota-se tendência decrescente nos
estados com VPA e IC95% negativas, respectivamente, como Rio de Janeiro (-13,58; -19,54/-7,17), Amapá (-13,36; -21,33/-4,58),
Roraima (-9,57; -16,99/-1,50), Alagoas (-7,88; -13,05/-2,40), Pará (-7,64; -11,31/-3,83), Piauí (-5,09; -7,14/-3,00) e Tocantins (-3,57;
-6,47/-0,57) e tendência estacionária nas demais UFs. Conclusões: O fortalecimento da vigilância em saúde, considerando
também o cenário da pandemia da COVID-19, é essencial para a compreensão da disseminação e a formulação de políticas
para prevenção e enfrentamento de modo intersetorial. À saúde, cabe a qualidade da assistência prestada com o correto
estadiamento da doença e manejo clínico, fundamentais para redução de agravamentos que evoluem para desfecho de óbito.
É importante aprofundar o estudo utilizando municípios e regiões de saúde como unidade de estudo, visando identificar
consistência em análises de subgrupo.
ADERÊNCIA ÀS RECOMENDAÇÕES ALIMENTARES DO PROTOCOLO DE USO DO GUIA
ALIMENTAR PARA POPULAÇÃO BRASILEIRA PODE CONTRIBUIR NA REDUÇÃO DO ÍNDICE DE
MASSA CORPORAL (IMC) DE ADULTOS?
Autores: ALINE VERONEZE DE MELLO CESAR | Instituição: Universidade de São Paulo
PALAVRAS-CHAVE: Consumo Alimentar; Índice de Massa Corporal; Recomendações Nutricionais
Introdução: O excesso de peso é considerado um problema de saúde pública. A proporção de adultos com excesso de peso,
em Curitiba, passou de 49%, em 2010, para 54% em 2020, podendo destacar o consumo alimentar inadequado como uma
de suas causas. Objetivo: Investigar associações entre recomendações alimentares do protocolo de uso do guia alimentar
em relação ao índice de massa corporal de adultos residentes em Curitiba, Paraná. Metodologia: Foram utilizados dados
do VIGITEL, de janeiro a abril de 2020 de indivíduos adultos (acima:18 anos) residentes em domicílios da cidade de Curitiba
com, ao menos, uma linha telefônica fixa (n=1004). Dados foram coletados por entrevistadores, por meio de questionário. O
estado nutricional foi calculado pelo Índice de Massa Corporal (IMC), utilizando a fórmula: peso/altura2 (kg/m2). Para analisar
a aderência às recomendações alimentares, foram considerados: consumo diário de feijão (1); evitar o consumo de bebidas
adoçadas (2); evitar o consumo de alimentos ultraprocessados (3); consumo diário de legumes e verduras (4); consumo diário
de frutas (5) (categorias: ausência de consumo, de 1 a 6 vezes na semana e consumo diário). Foram estimadas regressões
lineares múltiplas, sendo consideradas as variáveis: IMC (dependente), recomendações alimentares (independentes),
sociodemográficas, estilo de vida e saúde, presença de doenças (diabetes, hipertensão, depressão), tempo de tela (ajuste).
Os dados foram analisados no STATA 13.0, considerando-se ponderação amostral e nível descritivo p<0,05. Resultados/
discussão: Adultos com excesso de peso (54%) apresentaram maiores proporções de ausência de consumo de alimentos de
proteção (feijão: 83%; verduras e legumes: 53% e frutas: 52%) e maiores proporções quanto ao consumo diário de alimentos
de risco (bebida açucarada: 55%; alimentos ultraprocessados: 56%) em relação aos adultos sem excesso de peso. O consumo
diário de feijão (-2,65 kg/m2, p=0,01) e frutas (-3,9 kg/m2, p=0,04) contribuiu para redução no IMC dos adultos. Por outro lado,
houve acréscimo entre aqueles com consumo diário de bebidas açucaradas (1,7 kg/m2, p=0,02). Conclusão: Estas diferenças
apontam para a relevância da relação entre consumo alimentar e IMC. Seguir as recomendações quanto ao consumo diário
de alimentos de proteção pode afetar positivamente na redução do IMC e, negativamente (aumento do IMC), para os de risco,
sendo uma informação importante para direcionar políticas de saúde pública e intervenções clínicas.
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