Page 17 - ANAIS_6congresso_8Mostra
P. 17

EIXO 1   Políticas Públicas, Gestão e Avaliação na Saúde
                                                                                   TRABALHOS DE PESQUISA EM SAÚDE
                                                                                   TRABALHOS DE PESQUISA EM SAÚDE
                              COOPERAÇÃO FEDERATIVA E AÇÃO COLETIVA PARA UMA NOVA
                                                REGIONALIZAÇÃO NO SUS


                    Autores: SILVIA KARLA AZEVEDO VIEIRA ANDRADE | Fernanda de Freitas Mendonça, Letícia Cristina Bento,
                    Lilian Welz. Instituição:  Universidade Estadual de Londrina

                 PALAVRAS-CHAVE: Regionalização da Saúde; Gestão em Saúde; Federalismo.
                 Considerando a robustez do SUS, a regionalização perpassa a relação federativa e esse processo foi constituído a partir
                 de  diferentes  intencionalidades.  Dentre  seus  desafios  atuais  estão  as  reiteradas  crises  na  cooperação  federativa  e  na
                 coordenação das políticas públicas  de  saúde  a partir da efetivação das competências compartilhadas entre os entes,
                 ora desveladas pela pandemia da COVID19. Neste sentido, esse estudo teve como objetivo compreender como ocorre a
                 cooperação no território regional, analisando os padrões nas relações federativas e seu impacto no planejamento e gestão
                 regional no SUS. Trata de um estudo qualitativo do tipo pesquisa-ação. Foram percorridas três etapas: diagnóstica, imersão e
                 interposição. A primeira estruturada por meio de um curso de extensão para gestores de saúde e entrevistas com atores-chave
                 do processo de regionalização. Na segunda etapa foi desenvolvida a imersão com estratégias de cooperação registradas em
                 um diário de campo. Na última etapa foi realizada uma oficina de interposição de resultados no território regional. O estudo
                 identificou desafios e potencialidades nessas relações. Os principais desafios desvelados para a consolidação da cooperação
                 foram: 1) limitação no entendimento dos papéis e competências entre os entes; 2) descontinuidade de políticas públicas; 3)
                 insuficiência na participação da união e desfinanciamento; 3) concentração de prioridades do território local, sobrepondo
                 as necessidades regionais; 4) relações de dependência e sobredependência dos municípios maiores sobre os menores e do
                 estado sobre os municípios, e; 5) supressão de dispositivos e discussões não oportunizadas. As potencialidades desveladas
                 constituíram um plano de ação que apontou para a necessidade de reconhecimento das necessidades locais a partir dos
                 planos de saúde, que embasem o planejamento regional por meio da ação coletiva. Os desafios para as relações federativas
                 e seus padrões na regionalização mostram que a ação coletiva, estabelecida por meio da ética, alteridade, solidariedade e
                 identidade territorial são um caminho para sua ressignificação à luz da democracia, com vistas ao engajamento e articulação
                 das três esferas de gestão, no intuito de fortalecer as relações de interdependência e o avanço do SUS.






                      OS CAMPOS DE FORÇAS E DISPUTAS NA FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS DE SAÚDE

                    Autores: EMILLY PENNAS MARCIANO MARQUES | Regina Melchior. Instituição:  Universidade Estadual de
                    Londrina

                 PALAVRAS-CHAVE: Políticas Públicas em Saúde; biopolitica; Governabilidade
                 A criação e implementação de políticas públicas, visando a diminuição das desigualdades sociais e garantia de direitos,
                 se traduz em programas ou projetos de intervenção. Esse processo é influenciado por uma multiplicidade de relações de
                 poder do Estado, em níveis macro e micro. A depender da relação de forças, nasce o texto das políticas. O objetivo desse
                 trabalho é refletir sobre a existência de disputas no processo de formulação das políticas públicas de saúde. Trata-se de
                 uma reflexão teórica que utilizou autores como Feuerwerker, Merhy, Capella, Howlett, Ramesh e Perl, dando visibilidade aos
                 arranjos, disputas e acordos que estão postos na produção de uma política. Resultados: O ciclo de formulação das políticas é
                 composto pelas seguintes fases: construção da agenda (identificação dos problemas sociais); tomada de decisão; formulação
                 (construção do desenho da política); implantação; e avaliação de seus efeitos. Há estudos que indicam que durante a fase
                 de tomada de decisão e formulação, a depender da correlação de forças entre os atores envolvidos, o delineamento do
                 texto da política pode tomar diferentes formas, com possibilidades de gerar mudanças com consequências sobre o contexto
                 social. Na etapa de avaliação  das políticas, podem haver apostas de análise em fases estanques ou por perspectivas a
                 partir do cotidiano dos serviços e dos processos de subjetivação. A força biopolítica permeia diversas relações a diferentes
                 modos e por diferentes atores sociais, dado que as políticas expressam e impõe modos de governar a vida do outro e
                 reforçam as inequidades sociais, com processos mais ou menos produtores de vida. Assim, é possível inferir que existe um
                 campo de tensão gerado por disputas de poder e interesses individuais nesse espaço, uma vez que os atores envolvidos são
                 influenciados também por subjetividades. O poder pode ser entendido como uma prática social, historicamente construída,
                 onde o Estado não é aparelho exclusivo de poder, mas sim um articulador. Conclusão: É possível observamos uma série de
                 atravessamentos na formulação das políticas e em seu endereçamento, produzindo um tipo de oferta reduzida, assegurando
                 o mínimo vital para a existência de um indivíduo. Algumas abordagens podem dar mais visibilidades aos processos de
                 subjetivação e produção de vida que outras, colocando em xeque a defesa da vida, das existências e das singularidades,
                 para além do plano normativo.




                                                            17
   12   13   14   15   16   17   18   19   20   21   22