Page 182 - ANAIS_6congresso_8Mostra
P. 182
EIXO 6 Vigilância em Saúde
TRABALHOS DE PESQUISA EM SAÚDE
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HEPATITE B NO ESTADO DO PARANÁ ENTRE OS ANOS DE 2016-2020
Autores: ANDREI PCHENCENZNI | Karine Gemi Dias, Clenise Liliane Schmidt. Instituição: Instituto Federal do
Paraná - IFPR - Campus Palmas
PALAVRAS-CHAVE: Hepatites virais; Hepatite B; Saúde pública
Introdução: A hepatite B é um tipo de infecção viral que acomete o fígado, representando um grande problema de saúde
pública mundial. No Brasil, o vírus do tipo B está relacionado a grande parte dos casos de hepatites. Objetivo: Descrever o
perfil epidemiológico da hepatite B no Estado do Paraná entre os anos de 2016 a 2020. Metodologia: Estudo quantitativo,
descritivo, epidemiológico, elaborado com base em dados disponibilizados pelo Departamento de Informativo do Sistema
Único de Saúde (DATASUS). Os dados foram tabulados através do Software Excel 2016 e analisados a partir da estatística
descritiva. Por utilizar dados secundários de acesso público, não demandou aprovação de comitê de ética. Resultados/
Discussão: Foram notificados no estado 7.051 casos da doença, sendo 2016 o ano de maior notificação com 1.684 (23,9%) dos
casos e 2020 o ano com menor número, 691 (9,8%). A taxa de incidência no período foi de 60,79/100 mil habitantes. Notou-se
predomínio de casos em homens (57,8%) brancos (74,6%). Quanto a faixa etária, 48,42% possuíam entre 40-59 anos e 33,90%
entre 20-39 anos. Referente a escolaridade, observa-se que 21,7% tinha o ensino médio completo e 15,4% possuíam menos
de 8 anos de estudo. Além disso, 16,6% não possuíam registro de escolaridade. Em relação ao mecanismo de infecção, a via
sexual representou 17,3% dos casos, sendo que 58,4% das notificações não possuíam essa informação. Cabe destacar que
os dados utilizados no estudo estão sujeitos a revisão conforme atualizações do DATASUS Conclusão: com base nos dados
obtidos, observa-se que no Paraná a hepatite B acomete principalmente homens brancos em idade economicamente ativa
e com mais de 8 anos de estudos. Além disso, nota-se uma falha no registro das fichas de notificação, o que fragmenta as
informações e prejudica o acompanhamento dos casos. Destaca-se que o conhecimento do perfil da população afetada pela
doença contribui para o aprimoramento da prática assistencial auxiliando os profissionais na execução de uma assistência
qualificada e resolutiva. Ademais, é fundamental o desenvolvimento de ações preventivas com enfoque na vacinação, afim de
contribuir para redução dos casos.
GRAU DE INCAPACIDADE FÍSICA DE PACIENTES PORTADORES DE HANSENÍASE DE UM
HOSPITAL DE DERMATOLOGIA SANITÁRIA REFERÊNCIA NO PARANÁ
Autores: SUZANE KETLYN MARTELLO | Neusa Satomi Yamazaki, Dione Maria Koealski Santos, Tatiana Crovador
Siefert, Emilly Godinho Correa, Larissa Cristina Venâncio de Morais. Instituição: Hospital de Dermatologia
Sanitária do Paraná
PALAVRAS-CHAVE: hanseníase; atenção à saúde, perfil de saúde.
Introdução: a hanseníase é uma doença infectocontagiosa, de evolução crônica e alto poder incapacitante. No Paraná,
entre os anos de 2011 e 2020 foram diagnosticados 7.062 casos. No Brasil, foram 284.723 diagnósticos no mesmo período,
mantendo o país em segundo lugar no mundo em número de casos. Objetivos: identificar o Grau de Incapacidade Física (GIF)
de pacientes com hanseníase, encaminhados para realização da Avaliação Neurológica Simplificada (ANS) no Ambulatório de
Hansenologia de um hospital referência no Paraná, no período de setembro de 2020 a maio de 2022. Método: trata-se de um
estudo retrospectivo, transversal e descritivo, cujos dados foram coletados por meio da revisão de prontuários (parecer CEP
nº 5.460.619). Resultados/ Discussão: 154 prontuários foram identificados, dos quais, 13 foram excluídos por diagnóstico
não confirmado e 16 por dados faltantes, totalizando 125 prontuários incluídos. Corroborando com as estatísticas nacionais,
62,4% dos participantes eram do sexo masculino. A média de idade foi de 55,1 ± 16,2 anos. Os pacientes foram encaminhados
de 45 diferentes municípios de origem. O município de origem mais frequente foi Piraquara (25,0%), resultado esperado, uma
vez que é o município onde o hospital está inserido e encaminha pacientes com hanseníase de todas as Unidades Básicas
de Saúde. O segundo foi Curitiba (23,2%), que encaminha casos para confirmação do GIF, necessária para solicitação de
benefício social, uma vez que um dos critérios para concessão é apresentar GIF 2. Isso também justifica o alto percentual de
GIF 2 identificado. Do total dos prontuários analisados, 51,2% apresentavam GIF 2, 37,6% GIF 1 e 11,2% GIF 0. Conforme dados
do SINAN, no Paraná, 40,6% dos casos apresentam sequelas já no diagnóstico, o que revela diagnóstico tardio. No presente
estudo, não foram levantados os GIF no momento do diagnóstico, mas sim o GIF mais recente de cada paciente. O alto índice
de GIF 1 e, principalmente 2, deve-se também ao fato do hospital ser referência no Paraná no tratamento da hanseníase,
recebendo pacientes encaminhados de todo o estado, cujos critérios incluem casos de difícil manejo, e que muitas vezes já
possuem sequelas físicas instaladas. Conclusões: 88,8% dos pacientes apresentavam algum grau de incapacidade, dado que
revela a importância do investimento de políticas públicas nessa área, uma vez que gera impacto direto na capacidade laboral,
participação social e qualidade de vida dos pacientes e familiares.
182