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EIXO 6 Vigilância em Saúde
RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
AVALIAÇÃO DE CONTATOS HUMANOS DE CASOS CONFIRMADOS DE TUBERCULOSE BOVINA:
O CASO DE SÃO JOÃO DO CAIUÁ - PR
Autores: MARIA DA PENHA FRANCISCO | Juliana Taques, Carolina Kirsten Gragefe, Sueli Pradella, Samira P. da
Silva, Walter A. de Sordi Junior. Instituição: Secretaria Estadual de Saúde/14ª Regional de Saúde de Paranavaí e
Scretaria Municipal de São João do Caiuá.
PALAVRAS-CHAVE: Tratamento Infecção Latente; Tuberculose; Mycobacterium bovis;
A tuberculose bovina é uma doença causada por Mycobacterium bovis que afeta, bovinos e búfalos, causando lesões em
diversos órgãos e tecidos, como pulmões, fígado, baço e até nas carcaças, podendo ser encontradas também lesões no úbere
das vacas. A doença causa diversos prejuízos ao pecuarista, dentre eles a queda na produção de leite. Dependendo da fase da
infecção, os animais podem exibir emagrecimento e tosse, mas, muitas vezes, as alterações da tuberculose não são perceptíveis
aos produtores. Sabendo da não existência de vacina nem tratamento para a tuberculose bovina, a prevenção da entrada da
doença é a chave do controle, neste sentido o produtor deve exigir que os animais que irá comprar sejam negativos ao teste
intradérmico para tuberculose, e depois estabelecer as rotinas para o diagnóstico indireto da tuberculose, onde serão utilizados
testes alérgicos de tuberculinização intradérmica. Sendo uma doença que se torna crônica nos animais e transmissível para o
homem, é classificada como uma zoonose. Os trabalhadores rurais podem se infectar inalando perdigotos (aerossóis) de bovinos
infectados, ingerindo leite in natura ou carne, entretanto não havia uma conduta estabelecida para investigação das pessoas que
tivesse contato com os animais infectados. Este relato traz o caso de São Joao do Caiuá no Noroeste do Paraná, que no ano de
2021 apresentou 05 propriedades com casos positivos para Tuberculose ao exame de tuberculinização intradérmica, sendo um
total de 678 animais examinados e 47 reatores, com uma prevalência total de 6,93% no município. Elaborou-se um algoritmo
com variáveis importantes na investigação para que os profissionais do município pudessem aplicar entre todos as pessoas com
acesso as propriedades. Encontrou-se um total de 24 pessoas, entre proprietários, cuidadores, e veterinários que foram expostos,
destes 33,4% (8) apresentaram reatores fortes, 16,6%(4) foram reatores fracos e 50%(12) foram não reatores. Dos reatores fortes,
em 2 casos considerou-se a idade e atribuiu-se a imunização por BCG, os demais 6 casos, após conclusão foi indicado o tratamento
da infecção latente. A partir do algoritmo criado e utilizado neste trabalho, elaborou-se a Nota Técnica Nº 15/2021 – Avaliação
de contatos humanos de casos confirmados de Tuberculose Bovina, sendo implantada no Estado do Paraná. Com este trabalho
evidenciou-se a necessidade e a importância de um trabalho integrado entre os órgãos competentes no Estado, e nos municípios.
O USO DO DIAGRAMA DE CONTROLE NA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE NO
ESTADO DO PARANÁ E SUA APLICABILIDADE PARA TOMADA DE DECISÃO
Autores: FERNANDA DE OLIVEIRA BIAGGIO CORREA | Emanuelle Gemin, Jociene Santana Pimentel, Maria Izabel
da Silva Cunha, Aparecida Martins da Silva, Raquel Monteiro de Moraes. Instituição: Secretaria Estadual de Saúde
do Paraná/ Atenção e Vigilância/ Vigilância Ambiental/ Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores
PALAVRAS-CHAVE: dengue; gráfico; vigilância epidemiológica
No Paraná, a dengue é considerada endêmica, apresentando períodos epidêmicos com tendência a serem mais expressivos a
cada ano. Até julho de 2020, no estado, considerava-se situação de epidemia quando o espaço geográfico atingisse uma incidência
acumulada maior que 299,99 casos por 100.000 habitantes. No entanto, essa classificação não reflete o momento epidêmico,
sugerindo muitas vezes ações tardias. Diante do exposto, para o período epidemiológico 2020/2021, a vigilância epidemiológica
de arboviroses passou a utilizar o diagrama de controle como método complementar de análise de dados. O estado realiza ações
estratégicas de prevenção, monitoramento e controle dos casos de dengue e agregar a análise do diagrama de controle a essas
ações possibilita o direcionamento para tomada de decisão oportuna e efetiva. O estudo propõe reflexão sobre o uso do diagrama
de controle como uma ferramenta de análise epidemiológica que norteia as ações da vigilância da dengue no estado do Paraná.
O diagrama de controle é um gráfico construído a partir de uma série histórica que permite comparar a incidência observada do
evento com os limites mínimo e máximo da incidência esperada. Dessa forma, ao utilizá-lo foi possível detectar: a tendência de
epidemia, o estado epidêmico e o momento de redução dos casos; verificar se há transmissão sustentada do vírus; reconhecer a
série histórica e a sazonalidade de ocorrência da doença; e relacionar a análise do diagrama de controle ao Plano de Ação Estadual
e ao Plano de Contingência Estadual, possibilitando assim a tomada de decisão e o direcionamento de ações estratégicas em
diferentes momentos para prevenção, enfrentamento, controle e redução de possíveis impactos sobre a saúde da população.
Acompanhar a tendência dos casos de dengue, verificar as variações entre as semanas epidemiológicas e analisar o perfil da
doença compõem ações da vigilância epidemiológica. Para tanto, se faz necessário um instrumento de análise que possibilite,
em tempo oportuno, tomada de decisão para ações efetivas no controle da dengue. O diagrama de controle tem se mostrado
eficiente para esse fim. Vale ressaltar os desafios postos, a saber: a qualificação do banco de dados do Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN); a importância da informação incluída oportunamente, para que o dado monitorado esteja o mais
próximo da realidade; e que essa forma de análise alcance o âmbito municipal.
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