Page 186 - ANAIS_6congresso_8Mostra
P. 186
EIXO 6 Vigilância em Saúde
TRABALHOS DE PESQUISA EM SAÚDE
NOVOS ELEMENTOS NA CARACTERIZAÇÃO DE EPIDEMIAS DE DENGUE NO PARANÁ:
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA METODOLOGIA DO CANAL ENDÊMICO DE CASOS PROVÁVEIS
NO PERÍODO 2020/2021
Autores: FELIPE ASSAN REMONDI | Willian Herbert Noguti de Lima, Edmilson de Oliveira, Cristian Felipe Ferraz da
Silva. Instituição: SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ
PALAVRAS-CHAVE: Dengue; Controle de Doenças Transmissíveis; Epidemias
A definição dos níveis de alerta e resposta são elementos fundamentais para prevenção e controle de epidemias de Dengue. No
Paraná, até 2020 vigorou a classificação do município a partir da incidência acumulada de casos confirmados, sendo epidêmico ao
superar os 300 casos/100 mil habitantes. A partir deste ano passou a ser utilizada a avaliação por meio do canal endêmico de casos
prováveis, no qual a epidemia é definida quando os casos prováveis superam o limite esperado para a semana epidemiológica
(SE). O objetivo do trabalho foi analisar comparativamente as metodologias para definição de epidemia de Dengue na 17ª Regional
de Saúde - Londrina/PR (17ªRS) no período 2020/2021. Trata-se de um estudo observacional, agregado e longitudinal a partir do
banco de notificações do SINAN de 26/07/2020 a 24/07/2021. Foram avaliadas a SE de caracterização de epidemia, a diferença de
tempo e de localidades. No período analisado, a 17ª RS acumulou 34982 casos notificados, sendo 10975 confirmados e 15 óbitos.
Considerando o critério de incidência acumulada, a SE 11/2021 atingiu 345 casos confirmados/100 mil habitantes, contudo tal
informação foi caracterizada apenas na SE 19/2021. Por sua vez, utilizando o canal endêmico de casos prováveis, já na SE 12/2021
a situação de epidemia estava definida, representando uma abreviação de 7 semanas. Dos 21 municípios da 17ªRS, 7 (33%)
foram estavam em epidemia pela incidência acumulada, enquanto apenas 4 (57%) pela nova metodologia. A classificação por
casos prováveis teve uma sensibilidade de 100% e especificidade de 81% para o período completo. A nova metodologia permitiu
a definição do cenário de forma abreviada, sem a necessidade de aguardar até a confirmação dos casos, além de estimular
que os municípios mantenham o sistema atualizado. Também passa a considerar o histórico de cada município com análise
epidemiológica adequada a cada localidade, quando até então, via de regra, as cidades menores atingiam o nível de epidemia
precocemente, com poucos casos confirmados, e as maiores de forma tardia, quando a necessidade de recursos já era muito
grande. Por outro lado, trata-se de uma metodologia ainda em processo de implantação, que requer o apoio de ferramentas
adicionais, como mapas de calor e implementação de indicadores. Conclui-se que ao agregar maior sensibilidade e melhor tempo
resposta, a nova proposta qualifica o processo de controle vetorial no estado, sendo premente a necessidade de sua difusão e
qualificação.
186