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EIXO 6 Vigilância em Saúde
RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
PLANO DE CONTINGÊNCIA FRENTE A SURTO DE ACINETOBACTER BAUMANII: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Autores: KARINA DE FÁTIMA CHIQUITTI NETZEL | Elisangela Dalmaz Freitas, Izabela Linha Secco, Juliana
Szreider de Azevedo, Melissa Favile Erdmann, Higor Pacheco Pereira. Instituição: Hospital Infantil Waldemar
Monastier
PALAVRAS-CHAVE: Relatos de casos; Surtos; Acinetobacter baumannii; Vigilância epidemiológica
Caracterização do problema: Os microrganismos do gênero Acinetobacter são bacilos Gram negativos que se destacam
pela multirresistência, sendo considerados um desafio dentro das unidades clínicas pelo seu potencial de colonização,
propagação e infecção, sobretudo em pacientes graves. Justificativa: Existem algumas medidas gerais que, uma vez
combinadas, atuam na prevenção e controle das infecções causadas por microrganismos multirresistentes, dentre elas
realizar auditorias internas e retorno dos resultados do monitoramento para as unidades assistenciais. Objetivos: Relatar
um plano de contingência frente a surto de Acinetobacter baumanii em um hospital infantil, dentro de duas unidades críticas.
Descrição da experiência: No total, foram detectados cinco casos: quatro infecções e uma colonização. Ante à identificação
de bactéria com perfil de resistência não observado previamente no hospital, o Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar
(NUCIH) identificou situação de surto e propôs um plano de ação para controle. Procedeu-se à notificação para direção geral
do hospital e coordenadores das unidades de terapia intensiva (UTIs), bem como para os órgãos de vigilância sanitária e
epidemiológica competentes. Foi iniciado monitoramento dos demais pacientes internados nesses setores, com coletas de
swabs de vigilância semanais de todos os internados. Ainda, realizado pelo NUCIH uma análise de caso-controle em relação a
todos os pacientes das UTIs entre o período vigente de surto. Os resultados foram significativos para realização de cateterismo
venoso central (OR 7,8, p=0,04); mapeamento de retina (OR 8,3, p=0,03); eletroencefalograma (OR=9, p=0,02); tomografia de
crânio (OR 12,4, p=0,009) e broncoscopia (OR 11,6, p=0,02). O NUCIH também realizou visita técnica nas unidades, buscando
avaliar possibilidade de transmissão cruzada entre pacientes e profissionais, mas principalmente para reforçar normas e
rotinas, como higiene de mãos e uso adequado dos isolamentos e precauções. Reflexão sobre a experiência: O plano de
ação desenvolvido foi eficaz e, assim que estabelecido, bloqueou a disseminação do surto. Recomendações: Intervenções
precoces e em tempo oportuno são essenciais para o não agravamento de surtos por microrganismos multirresistentes.
REATIVAÇÃO DA DOENÇA DE CHAGAS COM EVOLUÇÃO PARA ÓBITO NO ESTADO DO
PARANÁ
Autores: MICHELE MARTHA WEBER LIMA | Raquel Monteiro de Moraes. Instituição: Secretaria Estadual da
Saúde do Paraná
PALAVRAS-CHAVE: negligenciada; COVID-19; imunossupressão
No início do ano de 2022, ocorreu no estado do Paraná o óbito de uma criança de 1 ano e 10 meses por doença de Chagas
que havia sido internada no Hospital Universitário de Londrina com suspeita de SIMP, em um primeiro momento, por
apresentar quadro febril e confirmação recente de CONVID-19. O diagnóstico de doença de Chagas foi apenas aventado após
a observação de formas de Trypanosomas, com intensa motilidade, em amostras biológicas e confirmado com a obtenção
de exames sorológicos do tipo IgG e IgM com resultados reagentes. Diante dos fatos, intensa investigação foi realizada com
objetivo de elucidar a causa da transmissão da doença. Foi possível descartar a transmissão vertical, visto que os pais não
apresentaram anticorpos reagentes para doença de Chagas. Devido ao fato de o paciente ter recebido hemotransfusões ao
longo de sua vida, foi realizada a hemovigilância das bolsas e doadores, podendo-se com isso, descartar a via de transmissão
transfusional. Durante a investigação vetorial com a busca ativa de triatomíneos, não foi encontrado vetores ou seus vestígios
por onde o paciente frequentou no último ano. Sendo assim, diante do considerado durante a investigação ambiental e
atentando para a concomitantemente presença de Trypanosoma cruzi em exame parasitológico e resultados reagentes
tanto de marcadores sorológicos para doença aguda (IgM) quanto para doença crônica (IgG), foi possível afirmar que o
paciente já apresentava um quadro crônico da doença de Chagas, podendo ter adquirido, por exemplo, de forma acidental
num período passado, por meio da ingestão casual de um barbeiro. E na conjuntura da última internação, evoluiu com uma
reativação da doença provavelmente agravada pela imunossupressão causada pela infecção recente por COVID-19. O que
é importante ressaltar neste caso é a idade do paciente demonstrando como a doença de Chagas ainda é negligenciada no
sistema de saúde e sinalizando que possíveis casos estejam ocorrendo de forma silenciosa. Mediante a isso, uma especial
atenção deve ser concedida a este agravo.
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