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EIXO TEMÁTICO: Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde TRABALHO 337
O parto natural e humanizado à luz do direito feminino:
um diálogo no Grupo de Gestantes
AUTOR PRINCIPAL: Luana Cristiane Naue | AUTORES: Márcia Helena de Souza Freire, Veridiane Guimarães Ribas Sirota,
Larissa Boing, Jéssica Albino. | INSTITUIÇÃO: Universidade Federal do Paraná | Curitiba-PR | E-mail: lu_naue@hotmail.com
O Brasil é o campeão mundial de cesarianas, 56,7% dos bebês nascem mediante um procedimento cirúrgico, contrariando as diretrizes
e práticas internacionais . Com a cultura de uma sociedade de consumo, e refém do tempo, a via do nascimento é pré-determinada,
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entende-se assim que o debate sobre o modo de nascer no Brasil diz respeito a toda sociedade, e afeta a conformação dos serviços
de saúde . Neste cenário, um grupo multiprofissional de residentes em Saúde da Família foi solicitado por um Grupo de Gestantes, a
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dialogar sobre o parto natural. Este trabalho apresenta um relato de experiência deste encontro. A equipe refletiu sobre a melhor maneira
de desenvolver o processo dialógico grupal, com o objetivo de desconstruir a imagem de dor e sofrimento sobre o parto via vaginal, e
empoderá-las para a defesa do parto natural e humanizado. A reunião contou com oito gestantes, com idades entre 15 a 30 anos, em
períodos gestacionais de 8 a 37 semanas. Partiram-se das perguntas norteadoras: Parir é prazer? Depende do querer e do poder? A
maioria das gestantes expressou o desejo de vivenciar o parto natural, porém algumas disseram preferir a cesariana, devido ao medo
construído por relatos negativos de familiares e amigas. Ao serem questionadas sobre: o convite a um acompanhante para o parto,
método (farmacológico ou não farmacológico) para alivio da dor, e sobre qual seria a posição do parto, as respostas foram unânimes:
não haviam pensado e tampouco planejado nenhuma dessas situações. Se limitaram a relatar as indicações médicas, creditando o
seu trabalho de parto totalmente ao ‘fazer’ dos profissionais da saúde, sobretudo do médico obstetra. Foi problematizado com as
mulheres o papel relevante que assumem como protagonistas de seus trabalhos de parto, e nascimento, e de terem o direito de sentir/
expressar a “dor”, e saber que é a hora do bebê nascer, além de serem informadas de tudo e consentirem ou não sobre procedimentos
recomendados pelos profissionais da saúde. Sobretudo de passarem por um parto sem violências obstétricas, e terem liberdade de
escolha: onde, com quem e como viver o momento. Concluiu-se que as gestantes não foram esclarecidas sobre muitos de seus direitos,
e que a violência obstétrica, jamais havia sido abordada. Recomenda-se aos profissionais de saúde a promoção da saúde obstétrica,
com respeito à autonomia pelas decisões das mulheres, bem como, ao corpo feminino, promovendo informações e esclarecimentos
oportunos e de qualidade. Referências: 1. Brasil MS. Sentidos do nascer: Percepções sobre o parto e nascimento. Ministério da Saúde.
2015. Palavras-chave: Parto natural. Parto humanizado. Grupo de gestantes. Direito feminino.
EIXO TEMÁTICO: Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde TRABALHO 344
Gestando em família
AUTOR PRINCIPAL: Florence Iara Viegas Gomes | AUTORES: Keity Dayane Reifur, Julyana Barbosa de Souza, Rafaela Carine
Jaquetti, Cristina Patricia Januario de Melo, | INSTITUIÇÃO: Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais | São José dos Pinhais-PR
| E-mail: florence.gomes@hotmail.com
A importância do pré-natal já é estabelecida na área médica, valorizando os cuidados da gestante e do bebê(4). A gestação e parto
são acontecimentos sociais, caracterizam um processo singular envolvendo a vivência reprodutiva de casais, integrando também suas
famílias e comunidades. A gestante e o recém-nascido devem ser acompanhados por uma equipe, visando a humanização da assistência
perinatal ao binômio mãe-bebê(1). O Gestando em Família é um evento realizado semestralmente na Unidade de Saúde Ipê, no município
de São José dos Pinhais/PR objetivando a orientação de gestantes e seus familiares sobre cuidados com a saúde durante a gestação,
parto e puerpério, além de estabelecer e fortalecer vínculo entre profissionais e pacientes promovendo atenção de forma integral. O
evento é composto por workshop e oficinas além de um estúdio fotográfico para que as gestantes e familiares possam guardar uma
recordação deste momento tão importante. Com a implantação desta nova abordagem de acolhimento foi observado um aumento na
adesão das gestantes e seus familiares em relação aos grupos convencionais. Referências: PADILHA, J. F.; PREIGSCHADT, G. P.; BRAZ,
M. M.; GASPARETTO, A. A Saúde da Mulher e a Assistência à Gestante no Sistema Único de Saúde (SUS): Uma Revisão Bibliográfica.
Grupo Promoção da Saúde e Tecnologias Aplicadas à Fisioterapia – UNIFRA, Santa Maria, RS, 2011. BAIÃO, M. R.; DESLANDES, S. F.
Alimentação na Gestação e Puerpério. Revista de Nutrição, Campinas, SP, v. 19, n. 2, 2006. VASCONCELOS R. G.; VASCONCELOS M. G.;
MAFRA R. P.; ALVES JÚNIOR L. C.; QUEIROZ L. M. G.; BARBOZA C. A. G. Atendimento odontológico a pacientes gestantes: como proceder
com segurança. Revista Brasileira de Odontologia, Rio de Janeiro, RJ, v. 69, n. 1, p. 120-4, jan./jun. 2012. JORGE, L. C.; RAGGIO, D. P.
Odontologia x Gestação. Disponível em: . Acesso em 29 de abril de 2016. Palavras-chave: Gestante. Acolhimento. Educação.
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