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EIXO: POLÍTICA E GESTÃO EM SAÚDE



                 Percepção de Gestores em Saúde sobre Aspectos Relacionados a Contratualização

                 Autores: MÁRCIO SOUZA DOS SANTOS; Vanessa Moraes Liberatti; Raquel Gvozd; Maria do Carmo Fernandez Lourenço Haddad.
                 Instituição: Universidade Estadual de Londrina

                 Palavras-chave: Contratos; Gestão em Saúde; Saúde Pública
                 Objetivo: compreender a percepção de gestores, prestadores e auditores sobre a contratualização com o Sistema Único de
                 Saúde. Método: estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado no segundo semestre de 2017 com dez profissionais
                 da área da saúde, sendo dois gestores municipais, três prestadores de serviço e cinco auditores do Sistema Único Saúde
                 (SUS), que atuavam de forma direta ou indireta com a contratualização em saúde em um município de grande porte. Os dados
                 foram coletados por meio de questionário contendo duas questões norteadoras: 1) Quais as potencialidades e as fragilidades
                 do processo de contratualização com o SUS em sua instituição? 2) Qual a importância de se ter um instrumento de avaliação
                 para auditar os serviços prestados ao SUS. Resultados: A análise das respostas levou a construção de duas categorias, que
                 permaneceram com a mesma denominação das questões norteadoras. Como potencialidades, foram citados flexibilidade e
                 direcionamento das ações por meio dos contratos; como fragilidades, questões que envolvem o financiamento dos serviços
                 prestados ao SUS e a participação no processo de contratualização/avaliação centralizada na alta gestão das instituições. E em
                 relação à importância de se ter um instrumento de avaliação, evidenciou-se a maior transparência e padronização na auditoria
                 da instituição e promoção do autoconhecimento sobre os pontos fortes e fracos da prestação de serviços. Conclusão: os
                 resultados demonstraram que os gestores, prestadores e os auditores reconhecem que para se ter uma contratualização com
                 transparência e efetiva é necessário que o gestor municipal utilize um instrumento de auditoria validado e acordado com os
                 prestadores, para se ter melhores resultados e êxito nas metas quantitativas e qualitativas pactuadas.




                 Percepção dos Trabalhadores do Processo de Trabalho em um Hospital Universitário
                 Federal com Co-gestão Ebserh

                 Autores: VITÓRIA GIACOMASSA DE OLIVEIRA; Bianca Stefanello; Deivisson Vianna Dantas dos Santos; Josnei Luis Daneliu; Victor
                 Ramalho Gomes. Instituição: Universidade Federal do Paraná

                 Palavras-chave: gestão hospitalar; processo de trabalho
                 Os Hospitais Universitários Federais (HUFs) são importantes prestadores de serviços de saúde de alta e média complexidade,
                 passam por um processo de reestruturação, devido a problemas acumulados ao longo das últimas décadas. Como proposta
                 de solução é criada uma empresa pública de direito privado, denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
                 (EBSERH),  para  fazer  a  gestão  desses  hospitais,  a  partir  de  uma  lógica  gerencialista.  Esta  é  uma  pesquisa  qualitativa,  que
                 não pretende mensurar dados, mas sim compreender com profundidade percepções dos sujeitos. Realizou-se entrevistas
                 semiestruturadas com trabalhadores do Hospital de Clínicas da UFPR, com objetivo de interpretar suas percepções sobre o
                 processo de trabalho a partir da implantação do modelo de co-gestão da EBSERH. Especificamente compreender o cotidiano
                 do processo de trabalho, a interação entre trabalhadores de vínculos diferentes em mesmo ambiente de trabalho e o processo
                 participativo. A partir das entrevistas construíram-se narrativas sob os preceitos da fenomenologia-hermenêutica, que busca o
                 significado a partir dos fenômenos emanados dos discursos. Os trabalhadores apontam com relação ao cotidiano de trabalho
                 há uma falta crônica de insumos, deficiência na qualidade e uma expectativa frustrada na resolução deste problema, lentidão
                 nos fluxos de trabalho, com um organograma verticalizado de difícil compreensão, com muitos departamentos e diversas
                 posições hierárquicas, típico de um modelo de gestão tradicional e gerencialista. Relacionamento com as coordenações é
                 positivo quando entre pares da mesma profissão, destacam a importância e a necessidade de investir em apoio ao trabalho,
                 com equipes multiprofissionais. Há uma rigidez na jornada de trabalho, não existe flexibilidade na negociação de horários, um
                 fator positivo é o considerável aumento de recursos humanos. Quanto a interação alguns discursos apontam que é tranquilo
                 e outros trazem certas dificuldades, devido a tratamento diferenciado mesmo desenvolvendo a mesma tarefa, de maneira
                 geral estas diferenças não interferem no desenvolvimento dos serviços. O processo participativo é complicado, a voz dos
                 trabalhadores não é ouvida, não participam dos processos de controle e planejamento, os espaços de participação existem,
                 mas  são  desorganizados  e  as  demandas  dificilmente  atendidas.  Conclui-se  que  a  EBSERH vem  implantando  um  modelo
                 gerencialista de administração do processo de trabalho.






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