Page 42 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: POLÍTICA E GESTÃO EM SAÚDE
Percepção de Gestores em Saúde sobre Aspectos Relacionados a Contratualização
Autores: MÁRCIO SOUZA DOS SANTOS; Vanessa Moraes Liberatti; Raquel Gvozd; Maria do Carmo Fernandez Lourenço Haddad.
Instituição: Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: Contratos; Gestão em Saúde; Saúde Pública
Objetivo: compreender a percepção de gestores, prestadores e auditores sobre a contratualização com o Sistema Único de
Saúde. Método: estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado no segundo semestre de 2017 com dez profissionais
da área da saúde, sendo dois gestores municipais, três prestadores de serviço e cinco auditores do Sistema Único Saúde
(SUS), que atuavam de forma direta ou indireta com a contratualização em saúde em um município de grande porte. Os dados
foram coletados por meio de questionário contendo duas questões norteadoras: 1) Quais as potencialidades e as fragilidades
do processo de contratualização com o SUS em sua instituição? 2) Qual a importância de se ter um instrumento de avaliação
para auditar os serviços prestados ao SUS. Resultados: A análise das respostas levou a construção de duas categorias, que
permaneceram com a mesma denominação das questões norteadoras. Como potencialidades, foram citados flexibilidade e
direcionamento das ações por meio dos contratos; como fragilidades, questões que envolvem o financiamento dos serviços
prestados ao SUS e a participação no processo de contratualização/avaliação centralizada na alta gestão das instituições. E em
relação à importância de se ter um instrumento de avaliação, evidenciou-se a maior transparência e padronização na auditoria
da instituição e promoção do autoconhecimento sobre os pontos fortes e fracos da prestação de serviços. Conclusão: os
resultados demonstraram que os gestores, prestadores e os auditores reconhecem que para se ter uma contratualização com
transparência e efetiva é necessário que o gestor municipal utilize um instrumento de auditoria validado e acordado com os
prestadores, para se ter melhores resultados e êxito nas metas quantitativas e qualitativas pactuadas.
Percepção dos Trabalhadores do Processo de Trabalho em um Hospital Universitário
Federal com Co-gestão Ebserh
Autores: VITÓRIA GIACOMASSA DE OLIVEIRA; Bianca Stefanello; Deivisson Vianna Dantas dos Santos; Josnei Luis Daneliu; Victor
Ramalho Gomes. Instituição: Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: gestão hospitalar; processo de trabalho
Os Hospitais Universitários Federais (HUFs) são importantes prestadores de serviços de saúde de alta e média complexidade,
passam por um processo de reestruturação, devido a problemas acumulados ao longo das últimas décadas. Como proposta
de solução é criada uma empresa pública de direito privado, denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
(EBSERH), para fazer a gestão desses hospitais, a partir de uma lógica gerencialista. Esta é uma pesquisa qualitativa, que
não pretende mensurar dados, mas sim compreender com profundidade percepções dos sujeitos. Realizou-se entrevistas
semiestruturadas com trabalhadores do Hospital de Clínicas da UFPR, com objetivo de interpretar suas percepções sobre o
processo de trabalho a partir da implantação do modelo de co-gestão da EBSERH. Especificamente compreender o cotidiano
do processo de trabalho, a interação entre trabalhadores de vínculos diferentes em mesmo ambiente de trabalho e o processo
participativo. A partir das entrevistas construíram-se narrativas sob os preceitos da fenomenologia-hermenêutica, que busca o
significado a partir dos fenômenos emanados dos discursos. Os trabalhadores apontam com relação ao cotidiano de trabalho
há uma falta crônica de insumos, deficiência na qualidade e uma expectativa frustrada na resolução deste problema, lentidão
nos fluxos de trabalho, com um organograma verticalizado de difícil compreensão, com muitos departamentos e diversas
posições hierárquicas, típico de um modelo de gestão tradicional e gerencialista. Relacionamento com as coordenações é
positivo quando entre pares da mesma profissão, destacam a importância e a necessidade de investir em apoio ao trabalho,
com equipes multiprofissionais. Há uma rigidez na jornada de trabalho, não existe flexibilidade na negociação de horários, um
fator positivo é o considerável aumento de recursos humanos. Quanto a interação alguns discursos apontam que é tranquilo
e outros trazem certas dificuldades, devido a tratamento diferenciado mesmo desenvolvendo a mesma tarefa, de maneira
geral estas diferenças não interferem no desenvolvimento dos serviços. O processo participativo é complicado, a voz dos
trabalhadores não é ouvida, não participam dos processos de controle e planejamento, os espaços de participação existem,
mas são desorganizados e as demandas dificilmente atendidas. Conclui-se que a EBSERH vem implantando um modelo
gerencialista de administração do processo de trabalho.
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