Page 48 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: POLÍTICA E GESTÃO EM SAÚDE
Relações Pessoa/ambiente em áreas Com Classificação de Riscos de Desastres
Socioambientais no Município de Guaratuba/PR
Autores: SIMONE WACHTER MULLER MONTORO; Luciana Vieira Castilho Weinert; Marisete Teresinha Hoffmann Horochovski.
Instituição: Universidade Federal do Paraná - Setor Litoral
Palavras-chave: Psicologia Ambiental, Desastres, Risco, Apego, Minimização de Impacto
A psicologia busca compreender a construção de sentimentos, atitudes, valores e manifestações de comportamentos subjetivos
derivadas da relação do ser humano com o meio físico e social. Os problemas ambientais bem como as situações que envolvem
riscos e desastres, podem ocorrer por comportamentos humanos mal adaptados e por isso salienta-se a importância do papel
da Psicologia na minoração de tais problemas, com intervenções que possibilitem a percepção de valores e a modificação
de comportamentos e atitudes. Este trabalho tem por objetivo investigar a percepção de risco, a identidade e o apego ao
lugar em áreas de risco para desastres socioambientais, em um contexto de perdas humanas e econômicas. Trata-se de um
estudo de caráter qualitativo, que possui como delineamento metodológico a realização de um estudo de caso em duas áreas
classificadas como territórios de risco pela Defesa Civil do município de Guaratuba, uma que passou por situação desastrosa e
outra em eminência de tal ocorrência. O método utilizado consiste em entrevista em profundidade e aplicação de instrumentos
específicos como escala de identidade e apego ao lugar e questionário de percepção de risco. Espera-se, através deste projeto
e das teorias psicológicas, contribuir com a saúde na compreensão do que ocorre quando pessoas se encontram em ambientes
de risco e analisar suas dimensões e consequências, bem como a possibilidade de pensar em Políticas Públicas adequadas a
realidade do território. Além disto, refletir sobre a abordagem de Planos de Contingência que extrapolem a reestruturação física
e material, e, considerem também as dimensões psicológica, social e cultural daquele território e dos que nele habitam. Tal
perspectiva contribui para a construção de comunidades mais seguras e capazes de lidar com situações extremas e adversas.
Evitar que fenômenos naturais ocorram foge da capacidade humana, entretanto, através da prevenção, pode-se desenvolver
medidas que minimizem os impactos causados, ao olhar para a relação pessoa-ambiente e as interações nele vividas, pois as
pessoas enfrentam tais situações fisicamente, socialmente e psicologicamente.
Relato de Caso: Uso de Drogas e Serviços de Atenção ao Paciente
Autores: KAMILA MAYARA MENDES; Margarete Aparecida Salina Maciel; Andréa Timóteo dos Santos Dec. Instituição: Universidade
Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa-PR
Palavras-chave: Crack; SUS; Consumo de Serviços de Saúde.
O consumo de crack no Brasil atinge 0,81% da população, maioria jovens, negros, desempregados, baixa escolaridade, uso de
múltiplas drogas e comportamento sexual de risco. Em 2014 o Ministério da Saúde gastou R$ 798,3 milhões com internações
e atendimentos ambulatoriais a usuários de drogas. O objetivo deste estudo foi relatar complicações clínicas, procedimentos
hospitalares e consequente utilização de recursos humanos e financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS), no atendimento a
um usuário de crack. Utilizou-se o método descritivo, exploratório e qualitativo. As informações foram coletadas de prontuários
do paciente no Hospital Universitário Regional Wallace Thadeu de Mello e Silva (HURCG), acessadas pelo Sistema de Gestão
Hospitalar e Ambulatorial do SUS. O paciente do sexo masculino, 18 anos, usuário de drogas, deu entrada no HURCG com
crises convulsivas. Segundo relato de familiares, ao ser abordado pela polícia, ingeriu pedras de crack e apresentou parada
cardiorrespiratória. Foi levado à Unidade de Pronto Atendimento e, após reanimação cardiorrespiratória, encaminhado ao Pronto
Socorro Municipal, permanecendo internado por 25 dias. Na admissão no HURCG, estava traqueostomizado com secreção
mucopurulenta e desnutrição grave. Em soroterapia, apresentava úlceras em trocanter esquerdo e região sacra, tremor
contínuo e diurese em fralda. Exames realizados: RX de tórax; culturas de úlceras, escarro e urina; antibiograma; hemograma;
dosagem de sódio, potássio, creatinina, uréia; gasometria; parcial de urina; sorologia para hepatites B, C e HIV. Foi diagnosticado
com broncopneumonia por Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC), resistente a Meropenem, além de epilepsia
e tetraplegia espástica. Ficou em isolamento e após 36 dias de internação, evoluiu para óbito. Conclui-se que a assistência
aos usuários de drogas tem impacto sobre a saúde pública. Dela demandam serviços de urgência, emergência, internações,
exames de diagnóstico e acompanhamento, gastos com medicação e qualificação de recursos humanos. A overdose por crack
com aumento da estimulação central e simpática, pode ser constatada pela parada cardiorrespiratória, epilepsia e tetraplegia
espástica. A bactéria isolada, KPC, possui escassas opções terapêuticas e é motivo de preocupação nas instituições de saúde,
por isso o isolamento. Este caso ilustra necessidade de prevenção e estratégias de enfrentamento às drogas, capazes de
minimizar os gastos gerados.
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