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EIXO 3   Atenção Primária à Saúde
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                  ACESSO E QUALIDADE DOS SERVIÇOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE: UM ESTUDO DE
                                                 REVISÃO BIBIOMÉTRICA

                   Autores: LUANA VIVIANI BORGES | Mariza Cubas Lozano, Leandro Innocentini Lopes Faria, Vivian Aline Mininel.
                   Instituição:  Universidade Federal de São Carlos

                PALAVRAS-CHAVE: Atenção Primária à Saúde; Acesso aos serviços de saúde; Qualidade da Assistência à Saúde.
                Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS) é considerada, nacional e internacionalmente, porta de entrada da Rede de
                Atenção à Saúde (RAS) e o primeiro nível de atenção dessa malha. O acesso facilitado, a cobertura universal e a qualidade
                dos serviços da APS são aspectos que influenciam na resolutividade e efetividade das ações de saúde. Contudo, os desafios
                enfrentados para a consolidação das políticas públicas no nível local têm conformado fragilidades para o acesso universal e
                qualidade dos serviços, sendo relavante compreender como profissionais de saúde, gestores e usuários tem percebido esta
                realidade. Objetivo: analisar a produção científica sobre a qualidade e o acesso aos serviços na Atenção Primária à Saúde (APS)
                na perspectiva de usuários, profissionais de saúde e gestores. Métodos: trata-se de um estudo de revisão a partir da Bibliometria,
                uma técnica de análise quantitativa e qualitativa de dados que permite a sistematização dos achados conhecimento científico
                disponível a partir de indicadores. Os dados foram coletados na base de dados Scopus, no período de 2011 a 2020. A análise
                dos resultados foi feita em pacote R Bibliometrix, VOSviewer e Zotero. Resultados: foram recuperados 791 documentos. O ano
                com mais publicações foi 2019 e o com mais citações foi 2015. Dos 461 periódicos que publicaram estudos sobre a temática, a
                BMC Health Services Research destacou-se com 28 artigos. Dos 4475 autores, Clare Liddy foi a autora de maior produção. Foram
                identificados 24 clusters, sendo que seis tinham participação destacada dos autores mais citados. A University of California foi
                a instituição com mais autores filiados. Os países com mais publicações foram os Estados Unidos da América, Reino Unido e
                Canadá, respectivamente. Conclusões: os achados desta revisão apontam para a necessidade de novos estudos que enderecem
                a perspectiva de profissionais e gestores de saúde e compreendam como essa população entende e avalia o acesso e qualidade
                dos serviços da APS. O estudo também permitiu mapear os centros de pesquisa e grupos de pesquisadores mais relevantes
                na temática e redes colaborativas, evidenciando potenciais parcerias para o desenvolvimento de pesquisa, além de auxiliar no
                processo de escolha de periódicos que mais publicam sobre a temática.






                     A QUALIDADE E O ACESSO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE PELA PERCEPÇÃO DE
                                    USUÁRIOS, PROFISSIONAIS E GESTORES DE SAÚDE

                   Autores: LUANA VIVIANI BORGES | Jaqueline Alcântara Marcelino da Silva, Lucieli Dias Pedreschi Chaves, João
                   Alberto Camarotto, Vivian Aline Mininel. Instituição:  Universidade Federal de São Carlos

                PALAVRAS-CHAVE: Atenção Primária à Saúde; Acesso aos serviços de saúde; Qualidade da Assistência à Saúde
                Introdução:  a Atenção Primária à Saúde (APS) tem papel fundamental na Rede de Atenção à Saúde (RAS) por ser a porta
                de entrada da rede e (co)ordenadora do cuidado. Os quatro atributos essenciais da APS são acesso de primeiro contato;
                longitudinalidade,  coordenação e  integralidade;  e  três atributos  derivados:  orientação familiar; orientação comunitária e
                competência cultural. A presença e extensão destes atributos demonstram a orientação do modelo de gestão à APS. Objetivo:
                analisar o fluxo de atendimento, as facilidades e dificuldades no acesso e na qualidade dos serviços da APS no contexto da
                pandemia de Covid-19. Método: pesquisa exploratória de campo, de abordagem qualitativa, em um município do estado de
                São Paulo com, aproximadamente, 250 mil habitantes e 35 unidades da APS. Os dados foram coletados por meio de entrevistas
                semiestruturadas individuais, que foram realizadas de forma remota, gravadas, transcritas e analisadas segundo análise de
                conteúdo  e  fluxograma  analisador.  Todos  os  aspectos  éticos  foram  observados  e  a  pesquisa  foi  aprovada  pelo  Comitê  de
                Ética em Pesquisa sob  pareceres nº 4.109.156  e nº  4.149.846.  Resultados:  dezoito  pessoas participaram do  estudo,  sendo
                sete profissionais de saúde, oito usuários e três gestores da APS. Nas entrevistas, foi possível identificar alterações no fluxo
                da APS durante a pandemia do covid-19, como cancelamento do agendamento de consultas eletivas, e atendimento apenas
                de procedimentos urgentes, coleta de exames e vacinas. As mudanças de fluxo também influenciaram a comunicação entre
                APS  e RAS, como falha nos  encaminhamentos que  comprometem a longitudinalidade  do  cuidado.  Os  resultados também
                demonstraram potencialidades no acesso e qualidade, como acolhimento inicial antes da pandemia, flexibilidade com demandas
                urgentes e as dificuldades envolvendo o acesso e qualidade dos serviços da APS, como sobrecarga de trabalho dos profissionais,
                mudanças abruptas de fluxo de atendimento e políticas de saúde no período de antes e durante a pandemia da covid-19, na
                perspectiva dos grupos entrevistados. Conclusões: as mudanças decorrentes do contexto pandêmico afetaram os atributos
                essenciais e derivados da APS que já estavam sendo enfraquecidos, como a longitudinalidade, coordenação do cuidado, controle
                social, vínculo com o usuário e resolutividade de saúde, que se tornaram ainda mais fragilizados ao decorrer da pandemia,
                revelando uma RAS desarticulada e aquém de responder às necessidades de saúde da população.




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