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EIXO 1   Políticas Públicas, Gestão e Avaliação na Saúde
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                  QUALIFICAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL DE ASSOCIAÇÕES DE ASSISTÊNCIA A FIBROSE
                 CÍSTICA NOS PROCESSOS DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE SAÚDE: UM RELATO DE
                                                          CASO
                   Autores: VERÔNICA STASIAK BEDNARCZUK DE OLIVEIRA | Vinícius Bednarczuk de Oliveira, Marise Basso Amaral,
                   Marilis Dallarmi Miguel. Instituição: Universidade Federal do Paraná / Instituto Unidos pela Vida
                PALAVRAS-CHAVE: Avaliação de tecnologias de saúde; Participação social; fibrose cística
                A participação social em consultas públicas precisa acontecer de modo qualificado através da apresentação de relatos de vida
                real, buscando contribuir para a tomada de decisão em avaliação de tecnologias de saúde. Para que sejam feitas de modo
                oportuno, faz-se necessária uma alfabetização em saúde no que tange à critérios de ATS, também para associações de pacientes,
                buscando obter participações qualificadas nos processos de avaliações de tecnologia, considerando que estas entidades são
                extremamente importantes na representatividade dos pacientes e na vivência com quem necessita de tratamento. Este trabalho
                é um estudo de caso exploratório e descritivo que busca descrever como se deu a capacitação e formação de associações de
                assistência à fibrose cística em duas consultas públicas para fibrose cística realizadas em 2020 pela Conitec, para os medicamentos
                Lumacaftor/Ivacaftor (M1) e Ivacaftor (M2). Estas entidades foram capacitadas através do trabalho realizado pelo Unidos pela
                Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística. Também buscou-se identificar pontos de atenção e boas práticas neste
                processo de qualificação em ATS. Esta pesquisa foi conduzida por meio de análise de documentos, sendo incluídos as respostas
                do formulário da consulta pública disponíveis no sítio eletrônico da Conitec, além de materiais da própria instituição responsável
                pelas capacitações. Para análise, foram utilizados os softwares Microsoft Excel do pacote Standard 2016, Atlas.ti Scientific 22
                e depoimentos dos participantes. A consulta pública do medicamento M1 recebeu 18 contribuições de associações de fibrose
                cística do Brasil, sendo que há 25 associações no país, e a do medicamento M2 recebeu 19 contribuições de associações de
                pacientes no formulário de experiência e opinião. Tem sido crescente as ações que capacitam a sociedade em ATS, e ainda
                nota-se uma grande lacuna metodológica no que tange a análise e utilização das contribuições recebidas nas consultas públicas.
                Na 4ª e 5ª maiores consultas públicas da história da Conitec, embora quase a totalidade de associações de assistência a fibrose
                cística tenha apresentado sua contribuição, pouco discutiu-se relatos de vida real na plenária. Observa-se que há uma grande
                oportunidade de avanço no que tange à escuta qualificada, sendo urgente uma revisão metodológica por parte dos mecanismos
                de participação social.





                   COMISSÃO ESPECIAL DE CONFECÇÃO DE PROTOCOLOS E EDUCAÇÃO PERMANENTE EM
                                                    SAÚDE - CECPEPS

                   Autores: VERUSHKA APARECIDA SILVÉRIO TERESA OLIVEIRA | Silvia Karla Azevedo Vieira Andrade. Instituição:
                   Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema

                PALAVRAS-CHAVE: Consórcio Público de Saúde; SUS; Educação em Saúde
                O consórcio público de saúde é uma ferramenta de apoio à gestão municipal, que atua por meio da ação coletiva entre os
                gestores  de  saúde,  desenvolvendo  programas  e  políticas  públicas  que  atendam  às  necessidades  do  território.  Dentre  seus
                objetivos estão a promoção da gestão associada e a articulação interfederativa, a instrumentalização do planejamento regional,
                a oferta de apoio técnico e administrativo aos entes consorciados, a representação do coletivo da municipalidade na participação
                em espaços dialógicos da região de saúde, além da implantação de serviços públicos coletivos intermunicipais à população de
                abrangência. Em geral, são aplicadas tecnologias duras e leve-duras, uma vez que oportuniza a realização de consultas médicas,
                exames diagnósticos, procedimentos cirúrgicos, plantões de urgência e emergência, entre outros. Essas ferramentas conferem
                ao cenário de atuação do consórcio um desequilíbrio, surgindo como grande necessidade a estruturação de espaços dialógicos
                e de reflexão dos trabalhadores acerca de suas práticas. Neste sentido, em 2021, um consórcio público na região do médio
                paranapanema implantou por meio de portaria institucional uma comissão especial cujo objetivo é promover a otimização da
                oferta de serviços na Atenção Ambulatorial Especializada, a ser alcançado por meio da confecção de instrumentos técnicos e
                de estratégias de educação permanente em saúde no âmbito dos municípios consorciados. São atribuições desta comissão:
                subsidiar a criação de espaços dialógico de educação permanente em saúde e estratégias de atualização profissional conectando
                as diferentes realidades  e traçando caminhos  comuns.  Este processo permite a troca de  experiências  e diferentes  saberes,
                subsídios para a confecção de materiais técnicos especializados por meio de consensos e de acordo com as melhores práticas e
                evidências científicas, resultando em protocolos clínicos, fluxogramas, mapas de referência, material de apoio ao manejo clínico e
                atualização de rotinas reais e factíveis, reduzindo custos, tempo de espera e otimização de resultados tanto para o usuário quanto
                para o sistema único de saúde – SUS. Apesar dos desafios encontrados no processo, percebe-se que a comissão alcançou muito
                mais que seu objetivo, pois impulsionou a reflexão, desconstrução e mudanças concretas no cotidiano dos serviços e no cenário
                regional do SUS.



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