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EIXO 2 Educação e Formação em Saúde
TRABALHOS DE PESQUISA EM SAÚDE
NEUROCISTICERCOSE PSEUDO-TUMORAL
Autores: VICENTE MARANHAO | Keila Maroli, Letícia Yabushita Rigoti, Samyra Rovani. Instituição: Hospital
Regional do Sudoeste
PALAVRAS-CHAVE: neurocisticercose, pseudo-tumor cerebral
Mulher, 38 anos, sem comorbidades encaminhada a Neurologia devido a crises convulsivas tônico-clônica à direita
e generalização secundária com início súbito há um mês e de forma recorrente reside em propriedade rural possuindo
atividade agrícola e suinocultura. Ao exame, não apresenta sinais focais, porém prejuízo na atenção, memória de fixação e
operações matemáticas básicas. Realizou exame de imagem, RM de encéfalo, com lesão cística única facilmente identificada
cerca de 5 cm em maior diâmetro, de forma homogênea bem delimitada, com componente semelhante ao liquor em todas
as sequências da RM sem captação de contraste em lobo parietal à esquerda com efeito de massa, iniciado carbamazepina,
albendazol com dexametasona e após ácido valproico, sem modificação do quadro, permanecendo sintomática com as
mesmas convulsões. Realizado craniotomia parietal para aspiração da lesão cística cerca de 80ml de liquido claro, exérese
da cápsula com o escólex No seguimento após um ano houve regressão da lesão em exames de imagem mostrando
área de encefalomalácea residual, remissão das crises convulsivas e do déficit cognitivo, tendo sido suspenso o uso de
anticonvulsivantes após três anos sem crises.A neurocisticercose nos países em desenvolvimento.é uma importante causa de
epilepsia com alterações de comportamento além do aumento da pressão intracraniana Assim, como no caso apresentado,
é comum o achado de lesão cerebral em exames de imagem em crânio, devido à instalação do parasita no tecido cerebral
e à reação imunológica produzida. O tratamento, por vezes, se mostra um desafio para o profissional, necessitando de
uma abordagem clínica com o uso de antiparasitários, anticonvulsivantes e da forma cirúrgica. No caso em questão, todas
as formas de tratamento foram feitas, visando a remissão do parasita e dos sintomas. O caso demonstra uma forma rara
de neurocisticerose por cisto gigante cerebral com diagnóstico diferencial de lesões neoplásicas, o tratamento do paciente
desse relato foi eficaz com um resultado eficiente. Assim, se faz necessário atenção aos sintomas e a incidência da doença
na nossa região, visando a melhora da condição clínica do paciente.
NEURITE ÓPTICA SIFILÍTICA
Autores: VICENTE MARANHAO | Vítor Teixeira Maito, Vitor Hugo Ferreira Cândido, Samyra Rovani. Instituição:
Hospital Regional do Sudoeste
PALAVRAS-CHAVE: sifilis, neurosifilis
Homem, 46 anos, portador de DM tipo 2. Refere diminuição súbita do campo visual em olho direito sem outras queixas
associadas, após 20 dias sem melhora encaminhado ao serviço de Oftalmologia encontrado diminuição da acuidade visual e
edema de papiledema à fundoscopia, sem prejuízo na motricidade ocular e exame neurológico normal, na investigação com
exames laboratoriais normais, sorologia viral não reagente VDRL (+); FTA-Abs IgM(-) IgG (+), autoimune sistemica negativa,
LCR sem pleocitose e VDRL (-), solicitado RM de encefalo normal e orbitas hiper sinal em nervo optico na região orbitária
à direita. Relata a cerca de 3anos lesão papulosa em penis indolor desaparecendo, posteriormente e lesões cutâneas
eritematosas em extremidades de forma intermitente sem procura médica. Em enfermaria permaneceu durante 14 dias em
tratamento com ceftriaxona - orientação CCIH. Após a alta, acompanhamento em ambulatório oftalmológico com redução
acentuada das queixas oculares.A sífilis pode acometer o SNC em qualquer estágio de sua história natural. A neurossífilis
precoce, menos comum, surge logo após a infecção sifilítica, podendo se manifestar primeiramente com envolvimento
ocular. Assim como no caso descrito, na presença de neurite óptica inflamatória isolada, não há achado clínico ou teste
específico que diferencie a lesão por sífilis de outras causas de neurite óptica .O acometimento de nervo óptico pode ser
uni ou bilateral, levando a uma diminuição da acuidade visual, com evidências de perineurite óptica, papilite, neurorretinite,
neurite retrobulbar e papiledema e necessidade de realizar punção lombar em todos casos de sintomas neurológicos
ou oftalmológicos e o tratamento indicado imediatamente com antibióticoterapia. Caso o tratamento não seja instituido
de forma adequada, as lesões de nervos cranianos podem ser definitivas. O caso mostra uma manifestação atípica na
sífilis. Dessa forma, ressaltamos a importância de prestarmos atenção nas disfunções neuro-oftalmológicas inespecíficas e
ligarmos o alerta para essa doença que, infelizmente, continua com alta prevalência na população.
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